Decidindo dividir algo que achei interessante e até mesmo importante, escrevo aqui o que aprendi acerca de uma figura bíblica até então, muito discriminada por todos nós, falo de JUDAS ISCARIOTES.
Lendo o livro " Os Segredos do Pai nosso" de Augusto Cury, deparei-me com uma visão muito diferente por parte deste autor em relação a esta personagem bíblica, portanto, antes de qualquer opinião acho que vale a pena copiar aqui trechos do referido texto:
"Imaginem como seria enxergar a traição de Judas com os olhos do próprio Judas,
colocando-nos no lugar dele(...)milhões de pessoas consideram esse discípulo uma pessoa violenta, desumana, indigna de ter vivido. Malham simbolicamente Judas. Como analisei as reações de Judas dentro do contexto, meu pensamento sobre ele é diferente.
Do ponto de vista psicológico, Judas foi até certa altura o melhor dos discípulos. O
mais calmo, culto, o que menos envolveu Jesus em situações tensas e o que possuía maior
vocação social. Mas ele tinha um grave problema: não se conhecia, não era transparente,
não entrava em contato com as próprias mazelas psíquicas e, portanto, não tinha coragem e
habilidade para mergulhar dentro de si e mudar suas rotas.
Raramente alguém raciocina com brilhantismo quando é frustrado. Muitos pais,
maridos, esposas, filhos, colegas de trabalho, nos primeiros segundos de uma frustração,
falam palavras que nunca deveriam ser ditas. Quando a frustração está ligada a traição, ela
bloqueia ainda mais a inteligência e esmaga a lucidez.
Para admiração da psicologia, ao ser traído Jesus teve uma reação surpreendente.
Gerenciou seus pensamentos, oxigenou sua emoção, abriu o leque da sua inteligência e
corajosamente chamou Judas de amigo (Mateus 26:50).
Jesus amava Judas. Depois de receber o amargo beijo da traição, deu a outra face ao
discípulo, demonstrando que vivia plenamente o que pregou. É possível que essa reação não
tenha sido estudada pela teologia, mas ela representa um gesto único na história.
Jesus estava perdoando Judas e lhe dando o pão da generosidade, o pão da sabedoria.
Em situações inóspitas, colocou em prática a oração do Pai-Nosso. Foi uma pessoa de uma
coerência ímpar.
Para Jesus, cada pessoa, independentemente de sua raça ou cultura, era um artista
existencial. Para ser justo com um artista não se pode avaliá-lo por uma obra isolada, mas
pelo conjunto de suas criações. Jesus analisou o conjunto das obras de Judas. Sabia que ele não planejara a traição durante meses. Por isso o preço que recebeu para trair seu mestre foi
baixíssimo, o valor de um escravo. Um homem culto, da linhagem dos zelotes, não trairia o
mais espetacular dos homens por preço tão desprezível.
Diante do pão da generosidade oferecido por Jesus, Judas arejou sua inteligência e
caiu em si. Infelizmente, ao invés de usar seu erro para crescer, como fez Pedro depois de
negar Jesus, foi dominado por um forte sentimento de culpa(...)Jesus acolheu Judas, queria protegê-lo, mas Judas foi implacável consigo mesmo. Quando o sentimento de culpa é dosado, ele estimula a reflexão. Mas quando é intenso, como no caso desse discípulo, encarcera a emoção, aprisiona o eu, esmaga a auto-estima. Considerando-se o último dos homens, Judas sentiu-se indigno de continuar sua história.
Suicidou-se.
Ele desejava encontrar em Jesus um libertador externo, mas o Mestre queria libertar
o ser humano interiormente. Judas queria dominar, Jesus queria se doar. Judas tinha sede de
poder, Jesus tinha sede de amor. O discípulo decepcionou-se com o mestre. Ambos pisaram
o mesmo solo, mas viveram em mundos diferentes.
A história ainda se repete. Pessoas maravilhosas dividem o mesmo espaço, mas não
dividem sentimentos. Falam sobre tudo, mas não sobre si mesmas. Admiram-se, mas são
estranhas umas para as outras. O desprendido Jesus tentou abraçar seu discípulo, mas ele
não o permitiu no momento mais ardente da sua história."
Não pretendo aqui, transformar Judas em herói como por várias vezes na história da humanidade transformou-se heróis em traidores e traidores em heróis, mas necessito deixar claro que para que entendamos a Bíblia é necessário analisar não apenas um texto isoladamente, muitas vezes se faz necessário entrar em uma biblioteca e pesquisar um pouco em livros de história, geografia, psicologia dentre muitos e muitos outros livros. Entendo a amargura de Judas, mas não entendo o porque de ter traído o Mestre e o que mais me surpreende nessa história é que o próprio Mestre entende. Ele conhecia Judas, talvez ele não fosse o "espertão", pois se fosse não venderia alguém tão importante por um preço tão efêmero, talvez ele tenha sido um menino, como por vezes todos nós somos e agimos sem pensar nas consequências e apesar de tão tolo ou para alguns, tão calculista e maquiavélico, ele também nos deixou uma importante lição: "Conheçamos a Cristo e deixemos que Ele nos conheça, quando há essa reciprocidade evitamos trair o Mestre por mais que seja em momentos de tolice". Engana-se quem julga ser melhor que Judas, por vezes traímos a Cristo por coisas muito menos valiosas que 30 moedas de prata.
Belas palavras nois traimos jesus
ResponderExcluirtodos os dias
Uma msg DEUS ao meu coraçao, atravez de seu servo. Obrigada irmaos.
ResponderExcluirmaravilha
ResponderExcluirAcho que tudo já estava pré destinado por Deus, desde o início até o fim.
ResponderExcluirDigo o motivo pelo qual Jesus veio a terra, como de conhecimento dos cristãos.
Mas o texto sim é brilhante.
Nós nos dias de hoje pagamos para trair Jesus bem como seus ensinamentos.